Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Janela para o passado - há 70 anos - Kodak e Hitchcock

Iconografia do tempo


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

As Boas Festas das jóias Maria João Bahia

As Boas Festas da International Diamond Manufacturers Association - IDMA

Anuário Relógios & Canetas 2019 - o Comandante Malhão Pereira e os seus relógios de sol


O Anuário Relógios & Canetas entra no seu 22º ano de existência, permanecendo editorialmente independente e consolidando a sua posição como decano das publicações especializadas do sector. Leia a edição 2019, já nas bancas, ou compre-a online, aqui. A cinta da edição 2019 habilita a um relógio automático de série limitada MeisterSinger Fado. Participe neste passatempo, E veja todos os meses a edição online, gratuíta, disponível nas plataformas digitais.

Nesta edição, um artigo sobre o Comandante Malhão Pereira, construtor de relógios de sol.



As Boas Festas do colectivo de arte urbana Wêkup

As Boas Festas dos relógios Rolex (Suíça)


Passagem de ano


Lourenço Rodrigues, in Revista Almanaque, Janeiro de 1960 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)


As Boas Festas dos laboratórios GAD

Meditações - relógios certos e errados

There are two kinds of clocks. There is the clock that is always wrong, and that knows it is wrong, and glories in it; and there is the clock that is always right—except when you rely upon it, and then it is more wrong than you would think a clock could be in a civilized country.

I remember a clock of this latter type, that we had in the house when I was a boy, routing us all up at three o'clock one winter's morning. We had finished breakfast at ten minutes to four, and I got to school a little after five, and sat down on the step outside and cried, because I thought the world had come to an end; everything was so death-like!

The man who can live in the same house with one of these clocks, and not endanger his chance of heaven about once a month by standing up and telling it what he thinks of it, is either a dangerous rival to that old established firm, Job, or else he does not know enough bad language to make it worth his while to start saying anything at all.

The great dream of its life is to lure you on into trying to catch a train by it. For weeks and weeks it will keep the most perfect time. If there were any difference in time between that clock and the sun, you would be convinced it was the sun, not the clock, that wanted seeing to. You feel that if that clock happened to get a quarter of a second fast, or the eighth of an instant slow, it would break its heart and die.

It is in this spirit of child-like faith in its integrity that, one morning, you gather your family around you in the passage, kiss your children, and afterward wipe your jammy mouth, poke your finger in the baby's eye, promise not to forget to order the coals, wave at last fond adieu with the umbrella, and depart for the railway-station.

I never have been quite able to decide, myself, which is the more irritating to run two miles at the top of your speed, and then to find, when you reach the station, that you are three-quarters of an hour too early; or to stroll along leisurely the whole way, and dawdle about outside the booking-office, talking to some local idiot, and then to swagger carelessly on to the platform, just in time to see the train go out!

As for the other class of clocks—the common or always-wrong clocks—they are harmless enough. You wind them up at the proper intervals, and once or twice a week you put them right and "regulate" them, as you call it (and you might just as well try to "regulate" a London tom-cat). But you do all this, not from any selfish motives, but from a sense of duty to the clock itself. You want to feel that, whatever may happen, you have done the right thing by it, and that no blame can attach to you.

So far as looking to it for any return is concerned, that you never dream of doing, and consequently you are not disappointed. You ask what the time is, and the girl replies:

"Well, the clock in the dining-room says a quarter past two."

But you are not deceived by this. You know that, as a matter of fact, it must be somewhere between nine and ten in the evening; and, remembering that you noticed, as a curious circumstance, that the clock was only forty minutes past four, hours ago, you mildly admire its energies and resources, and wonder how it does it.

I myself possess a clock that for complicated unconventionality and light-hearted independence, could, I should think, give points to anything yet discovered in the chronometrical line. As a mere time-piece, it leaves much to be desired; but, considered as a self-acting conundrum, it is full of interest and variety.

Jerome K. Jerome

domingo, 30 de dezembro de 2018

Janela para o passado - há 70 anos - Esso, 1948

Anuário Relógios & Canetas 2019 - Grande Entrevista a Jorge Pinheiro, da Sociedade de Relojoaria Independente


O Anuário Relógios & Canetas entra no seu 22º ano de existência, permanecendo editorialmente independente e consolidando a sua posição como decano das publicações especializadas do sector. Leia a edição 2019, já nas bancas, ou compre-a online, aqui. A cinta da edição 2019 habilita a um relógio automático de série limitada MeisterSinger Fado. Participe neste passatempo, E veja todos os meses a edição online, gratuíta, disponível nas plataformas digitais.

A Grande Entrevista desta edição é a Jorge Pinheiro, da Sociedade de Relojoaria Independente.




Meditações - fugacidade

“O que é o tempo?”, perguntou Jorge Luís Borges durante uma palestra pública em Buenos Aires. “Não sei se, mesmo depois de 20 ou 30 séculos de meditação, já avançámos muito na questão do tempo. Eu diria que sempre sentimos esta antiga perplexidade, esta que Heráclito sentiu, mortalmente, naquele exemplo a que eu volto sempre: ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Porque é que ninguém se banha duas vezes no mesmo rio? Em primeiro lugar, porque as águas do rio fluem. Em segundo lugar - e isto é algo que nos toca metafisicamente, que nos dá uma espécie de horror sagrado -, porque nós mesmos somos também um rio, nós também somos flutuantes. O problema do tempo é este. É o problema da fugacidade: o tempo passa.”

Pouco depois, nesta palestra, Borges retomou o tema da transmigração ou reencarnação. “Talvez sejamos ao mesmo tempo, como querem os panteístas, todos os minerais, todas as plantas, todos os animais, todos os homens. Mas felizmente não o sabemos. Felizmente acreditamos na existência de indivíduos. Porque senão estaríamos esmagados, aniquilados por esta plenitude.”

Para Borges, o tempo é a imagem móvel da eternidade. “O tempo é sucessivo, porque, tendo saído do eterno, quer voltar ao eterno. Quer dizer, a ideia de futuro corresponde ao nosso desejo de voltar ao princípio. Deus criou o mundo. E todo o mundo, todo o universo das criaturas, quer voltar a este manancial eterno que é intemporal, não anterior nem posterior ao tempo, mas que está fora do tempo.”

sábado, 29 de dezembro de 2018

Janela para o passado há 70 anos - Du Pont e a gasolina com chumbo, 1948



Em Portugal, a comercialização da gasolina com chumbo é proibida desde 1 de Julho de 1999

Anuário Relógios & Canetas 2019 habilita a Meistersinger Fado


O Anuário Relógios & Canetas entra no seu 22º ano de existência, permanecendo editorialmente independente e consolidando a sua posição como decano das publicações especializadas do sector. Leia a edição 2019, já nas bancas, ou compre-a online, aqui. A cinta da edição 2019 habilita a um relógio automático de série limitada MeisterSinger Fado. Participe neste passatempo, E veja todos os meses a edição online, gratuíta, disponível nas plataformas digitais.

Meditações - o tempo inteiro em cima da alma

E o som só dentro do relógio acentuado
No serão sem ninguém das casas de jantar da província
Põe-me o tempo inteiro em cima da alma,
E enquanto não chega a hora do chá das tias velhas,
O meu coração ouve o tempo passar e sofre comigo.
Tic-tac mais sonolento que o dos outros relógios —
Na parede, de madeira, este tem pêndulo e oscila.
O meu coração tem saudades não sabe de quê.
Tenho que morrer...
Tic-tac mecânico e certo — serão sereno mecânico na província.

Álvaro de Campos

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Janela para o passado há 70 anos - Dunlop, 1948

Anuário 2019 - Editorial - Esperar por nada, preparado para tudo


O Anuário Relógios & Canetas entra no seu 22º ano de existência, permanecendo editorialmente independente e consolidando a sua posição como decano das publicações especializadas do sector. Leia a edição 2019, já nas bancas, ou compre-a online, aqui. A cinta da edição 2019 habilita a um relógio automático de série limitada MeisterSinger Fado. Participe neste passatempo, E veja todos os meses a edição online, gratuíta, disponível nas plataformas digitais.

O Editorial

Fernando Correia de Oliveira*

Esperar por nada, preparado para tudo

“Os instantes, fora das coisas, não são nada; eles consistem apenas na ordem da sucessão destas”, dizia já Leibnitz, no século XVII.

Global e desmaterializada, a comunicação e as suas estratégias estão em fase de transição. Será que investir nas plataformas digitais é suficiente? Desistir dos media clássicos – papel, rádio televisão – é visão de futuro ou decisão demasiado radical? Pagar a figuras públicas para fazer propaganda de produtos ainda resulta, ou o tempo dos “embaixadores” acabou? Gastar dinheiro em publicidade ou dirigi-lo para eventos com consumidores finais?

Todas estas interrogações, e mais algumas, como a presença ou não em feiras internacionais, são actualmente a angústia de marketeers e executivos em todos os segmentos do consumo, nomeadamente no Luxo e na Relojoaria.

No meio desta confusão, uma tendência parece ganhar corpo – os intermediários, de todas as espécies, estão a perder força, se não mesmo a acabar. A relação entre produção e consumo é cada vez mais directa.

Como referia Lucrécio (séc. I a.C.), “O tempo não tem existência própria. São as coisas e a evolução das mesmas que tornam sensíveis o passado, o presente e o futuro”.

Por outras palavras, “Tempus est duratio continuo fluens entis continuo motu praediti” (O tempo é a duração que flui continuamente no ser possuído de movimento contínuo), como dizia São Tomás de Aquino.

Todas estas (in)certezas nos fazem evocar Fernando Pessoa e a última coisa que escreveu, “I know not what tomorrow will bring” (não sei o que o amanhã trará). Resta-nos seguir a máxima Zen, muito usada pelos samurais: não esperar por nada, estar preparado para tudo.

*jornalista e investigador

Janeiro em Genebra - relógios Franck Dubarry convidam...

As Boas Festas da Smith & Wollensky

Meditações - relógio de sol partido

O relógio de sol partido marca
Do mesmo modo que o inteiro o lapso
Da mesma hora perdida…
O mesmo gozo com que esqueço, ou o creio,
A vida, finda, me a mim mesmo mostra
Mais fatal e mortal,
Para onde quer que siga a certa noite
Quer ou não a vejamos.

Ricardo Reis

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Janela para o passado há 70 anos - Dunlop, 1948

Meditações - um pequenito que o vivo sol da vida acarinhou...

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Janela para o passado há 70 anos - Du Pont, 1948

Meditações - O quarto rei mago

O quarto rei mago

(Aos meus muitos bisnetos)

Além dos três reis magos que vieram
guiados por um astro refulgente
das remotas paragens do Oriente
e no berço a Jesus ofereceram

incenso, mirra e ouro em homenagem
ao Rei do mundo como Deus e Homem,
há lendas, que nos séculos se somem,
que falam de uma quarta personagem.

Era um monarca russo conhecido
pela sua bondade e que partiu
repleto de riquezas… que ia dando

pelo caminho aos pobres que ia achando,
de modo que Jesus… agradecido
vendo-o chegar sem nada… lhe sorriu!

João de Castro Nunes

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Janela para o passado - há 70 anos - creme de barbear Williams, 1948


O recorde de salto de esqui está hoje nos 253,5 metros (veja aqui)

As Boas Festas dos relógios De Bethune

As Boas Festas da Cinco em Ponto (Ricardo Sousa)

As Boas Festas das jóias e diamantes De Beers

As Boas Festas da IDMA -International Diamond Manufacturers Association

Meditações - abençoado banquete

Ceia de Natal! abençoado banquete, ao qual todos se devem sentar nas mesmas disposições de animo em que ordenava Christo estivessem os que fôssem orar ao templo; ceia com tanto afan cozinhada, e com tão pouca vontade comida, falem embora contra ti os medicos e os gastronomos eméritos, condemnando uns a indigestibilidade dos teus cozinhados, outros o pouco delicado d'elles; reage contra as ideias novas, que veem da França e da Allemanha; cerra as fornalhas ás iguarias exoticas e furta-te ás mãos da extranha geração de Vateis, que aspiram a dominar pelos paladares o espirito nacional.

Modifiquem embora o caracter vernaculo de todas as outras refeições, mas respeitem esta, consagrada pelas memorias da familia, justificada pelo facto de que quasi não é feita para ser comida.

Júlio Dinis, in A Morgadinha dos Canaviais