Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Memória - Como o Relógio chegou à China, ou Diálogos entre a Esfera e o Dragão*

Imagem evocativa dos padres jesuítas, mandarins na corte de Beijing

Em 1557 já existia em Macau uma pequena colónia de portugueses, além de mercadores de outros países. Em 1560 já havia uma espécie de governo rudimentar do pequeno território, com “capitão-de-terra”, ouvidor e bispo, bem como uma guarnição militar permanente. Pagava-se, desde o início, às autoridades regionais o chamado “foro de chão”, como que o reconhecimento de que a soberania chinesa não era posta em causa – era uma espécie de “leasing” do território.

Cerca de 1582, no anónimo Livro das Cidades e Fortalezas Que a Coroa de Portugal Tem no Estado da Índia, uma espécie de relatório feito para Filipe II de Espanha, o novo soberano das coroas ibéricas, afirma-se: “ […] posto que a terra seja do rei da China que nela tem os seus oficiais que recebem direitos que ali se pagam, são governados pelas leis e ordenações deste reino de Portugal […]”. Macau surge, pois, caracterizado como território chinês sob administração portuguesa, a fórmula encontrada para os anos de preâmbulo do desfecho deste processo, em 20 de Dezembro de 1999, quando o território voltou à administração chinesa.


Desde o início que a Companhia de Jesus esteve ligada ao destino de Macau (os três primeiros padres chegaram ao território em 1562). Fundada como resposta de Roma ao movimento da Reforma, a nova ordem religiosa aproveitou a Expansão portuguesa, “colou-se” a ela, onde quer que ela fosse. O Oriente não foi excepção. O objectivo era “conquistar” pela fé aqueles desconhecidos, imensos e superpovoados territórios. E Macau, onde o primeiro bispo “do Japão e da China”, D. Melchior Carneiro, chega em 1568, era a antecâmara do Padroado Português do Oriente (monopólio religioso concedido pelo papa a Lisboa), que ali preparava os seus agentes evangelizadores no contacto com os hábitos e a língua dos gentios. Mas a resistência da China à entrada dos padres era grande.
Um dos religiosos dessa época, Francisco de Sousa, relata que, em 1582, ocorreu um incidente “do qual com maior fundamento se podia esperar serem os portugueses lançados de Macau, que os padres admitidos na China”.
Beijing tinha mudado de vice-rei de Cantão, a província que tinha poder administrativo sobre Macau. O novo mandarim acusava os portugueses de estarem a usurpar a justiça imperial, por levantarem tribunais ou decidirem causas. Além disso, estariam a “meterem estrangeiros em terra firme”, especialmente japoneses e cafres. Mandou o vice-rei que o Capitão de Macau e o seu Bispo, Belchior Carneiro, comparecessem perante si, em Chaoqin, no continente, onde residia. Os portugueses enviaram em nome do Capitão, o Ouvidor; em nome do Bispo, os religiosos Miguel Rugieri e Francisco Pacio.
Depois de um primeiro encontro, aprazível, em que a delegação ocidental apresenta sedas e cristais de presentes ao vice-rei (que as paga), faz-lhe chegar posteriormente a informação de que dispunha de “uma máquina de aço toda de rodas por dentro, que continuamente se moviam por si mesmas, e mostravam por fora todas as horas do dia e da noite, e ao som de uma campainha dizia o número de cada uma delas”.
E, perante a curiosidade ansiosa do vice-rei, dá-se o facto histórico: a 27 de Dezembro de 1582, os italianos Rugieri e Pacio fazem o que se pensa ser a introdução do primeiro relógio ocidental na China. Seria, segundo o que se sabe, um relógio de mediana grandeza, “obrado por excelente artífice”, e mandado da Europa ao padre português Rui Vicente, que o destinou à missão da China.
Apresentado o relógio, nas palavras de Francisco de Sousa, “foi o pasmo igual à novidade, e seria dobrado o gosto do vice-rei, se pudesse acomodar-se ao uso da China, que medindo o dia natural da meia-noite à meia-noite, como nós fazemos, não o reparte em vinte e quatro, senão em doze horas iguais: nem contam as horas por números, dizendo uma, duas e três, mas dão a cada uma delas o seu vocabulário misterioso, e alusivo segundo a sua crença”.
Segundo alguns historiadores chineses contemporâneos, o presente do relógio mecânico ao vice-rei de Cantão foi essencial para lhe ganhar as boas graças e conseguir a permanência dos portugueses em Macau. Sustenta ainda que foram os relógios – e outra mercadoria rara e idolatrada, o âmbar cinzento – que abriram a corte imperial, em Beijing, aos jesuítas, que tinham facilidades de comércio em toda a região.
Ganhar as graças do vice-rei de Cantão, era uma coisa. Mas chegar a Beijing, a milhares de quilómetros de distância, era outra. Os fundadores da Missão católica na China, os italianos Michele Ruggieri e Matteo Ricci, acompanhados de outros jesuítas, como os portugueses António de Almeida e Duarte de Sande, conseguiram atingir, depois de longa e complicada viagem, a corte imperial — estava-se a 24 de Janeiro de 1601. A embaixada religiosa levava consigo vários presentes. É claro que os relógios não podiam faltar. Os objectos não eram entregues directamente ao imperador, mas antes ao grupo de eunucos que verdadeiramente detinha o poder na Cidade Proibida.
Como as leis ditadas pelo Tribunal dos Ritos impediam ao monarca, um dos últimos da dinastia Ming, de admitir na sua presença quaisquer estrangeiros, ele ordenou que lhe mostrassem os objectos trazidos por Ricci, examinando-os longamente. Um relógio de grandes dimensões, outros relógios médios e um relógio com música atraíram-lhe particularmente a atenção. Os padres foram chamados à antecâmara imperial, para pôr os mecanismos em marcha e para ensinar os eunucos a maneira de dar-lhes corda. Construiu-se mesmo nos jardins do palácio, por ordem imperial, uma torre elevada para colocar nela o relógio maior.
Dias mais tarde, quando a corte pressionava para que os jesuítas se fossem embora (estavam ali na qualidade de embaixadores tributários de Portugal e não de missionários), foram os próprios eunucos que se opuseram a que tal ocorresse, temendo não ser capazes de dar convenientemente corda aos relógios ou, sobretudo, de concertá-los, se avariassem.
Na visão dos historiadores chineses já referidos, os missionários terão assim conseguido estabelecer-se na corte, de forma residente, mediante o estatuto de relojoeiros, ganhando as graças do imperador (conta-se que, pressionado, este terá enviado à mãe um dos relógios, mas que terá mandado desligar o sistema musical, para que ela não ficasse demasiado fascinada com mecanismo tão precioso... e o devolvesse, como veio a acontecer).
Segundo relato do francês Du Halde (Descrição Geográfica, Histórica, Cronológica, Política do Império da Tartária Chinesa, de 1683), depois do primeiro espanto quanto a relógios, “os príncipes cristãos, cheios de zelo pela conversão de tão grande império, ajudaram aos missionários de uma maneira generosa e os gabinetes do imperador, em pouco tempo, se encontraram replenos de todas as espécies de relógios, a maior parte deles de uma invenção rara e de um trabalho extraordinário”.
Além dos que eram destinados directamente ao imperador, os relógios de melhor qualidade (e, obviamente, os mais caros) vinham directamente da Europa, nomeadamente da Alemanha ou da França, comprados pelos comerciantes ou pelos missionários aos negociantes portugueses em Macau.
Mas as somas pagas eram incomportáveis e os missionários passaram a fabricar eles próprios relógios e autómatos. Entre os construtores de tais admiráveis “sinos que tocam sozinhos”, o nome dado pelos chineses às misteriosas máquinas relojoeiras, contavam-se os padres portugueses Gabriel de Magalhães e Tomás Pereira.

Este último, nascido em 1645, em São Martinho do Vale, concelho de Barcelos, foi uma das figuras mais polifacetadas e curiosas entre os jesuítas portugueses a servirem no Oriente.

Em 1672, estando ele em Macau, o imperador Kangxi (já da dinastia Qing, grande admirador das técnicas ocidentais, apaixonado pelos relógios, chegando a fazer poemas sobre eles), mandou chamá-lo a Beijing, devido às referências que ouvira dele por parte de outro jesuíta, o belga Ferdinand Verbiest. Ficou por lá os 35 anos seguintes, até morrer, em 1708. Músico de formação, construía os seus próprios órgãos e, aplicando os conhecimentos musicais e mecânicos, construiu mesmo um enorme carrilhão, com relógio, que colocou numa das torres da igreja dos jesuítas, na capital do império.

Os jesuítas, a elite europeia daquele tempo, eram gente de muitos talentos, não se limitando ao conhecimento da mecânica aplicada à relojoaria. Fabricavam outros instrumentos científicos, como lunetas. Sabiam da língua, fazendo os primeiros dicionários e gramáticas de chinês para línguas ocidentais; sabiam de cartografia, desenhando as primeiras representações do novo mundo a uma corte chinesa habituada a “estar no meio”; sabiam de música, de pintura, eram diplomatas. Quase todos eles eram também astrónomos. A previsão acertada de um eclipse solar em Junho de 1629 permitiu aos jesuítas, com o seu método, ganharem aos “adversários” que a corte lhes tinha apresentado – adeptos dos métodos tradicional chinês e islâmico. Nesse ano, são nomeados os primeiros astrónomos ocidentais para o chamado Tribunal das Matemáticas, até então sob direcção de quadros islamizados (Adam Schall, Gabriel de Magalhães, Manuel Dias, Ferdinand Verbiest, Tomás Pereira, Terrencius são alguns dos jesuítas que ascendem ao mandarinato, responsáveis pela modernização do pensamento científico chinês no século XVII).

Este Tribunal das Matemáticas, crucial na administração do poder, interface entre os deuses no céu e o Imperador-deus na terra, destinava-se a fazer os calendários, a prever os eclipses, a fabricar e manusear os instrumentos científicos necessários a essas missões.
Matteo Ricci, em carta para Roma, em 1605, dizia: “Estes globos, relógios, esferas, astrolábios, e outros, que fiz e cujo uso ensino, deram-me a reputação de ser o maior matemático do mundo.
Não tenho um único livro de astrologia, mas apenas com a ajuda de algumas efemérides e almanaques portugueses, prevejo por vezes eclipses mais acuradamente” que os 200 funcionários chineses e árabes empregues pelo imperador para a feitura do calendário.
Os padres, aos olhos dos mandarins chineses, tinham muito menos uma função religiosa ou de proselitismo (quando os jesuítas seguiam esses caminhos eram expulsos ou tinham outros problemas) e muito mais uma função de especialistas técnicos. Esse Tribunal das Matemáticas não era mais do que um Observatório Astronómico, que aliás ainda hoje existe em Beijing, embora a maioria dos instrumentos que lá estão sejam réplicas (os genuínos, anteriores à chegada dos ocidentais ou construídos pelos jesuítas, foram pilhados por assaltos sucessivos de revoltas internas ou invasões estrangeiras).
O Observatório Astronómico de Beijing, ao tempo dos padres/mandarins e na actualidade

Os jesuítas tinham outros observatórios astronómicos instalados nos terraços das suas residências, em Beijing. Com as observações de eclipses, determinavam com exactidão as coordenadas geográficas das várias cidades chinesas.

Na Academia das Ciências, em Lisboa, há relatos dessas observações astronómicas. Uma diz respeito ao eclipse solar ocorrido a 15 de Julho de 1730, medido pelos padres André Pereira e Inácio Kegler. André Rodrigues faz, no final do século XVIII, um balanço que manda para aquela instituição, das dezenas de observações de eclipses solares e lunares entre 1753 e 1794.

Dos globos construídos pelos ocidentais em Beijing, conhece-se hoje apenas um exemplar, e que se encontra na British Library, Londres. A esfera, de madeira pintada e lacada, com diâmetro de 59 cm, correspondendo a uma escala de 1/21.000.000. Como refere o especialista Estácio dos Reis, o chamado globo chinês, executado em 1623, “baseia-se nos conhecimentos geográficos da época mas, especialmente, está apoiado no planisfério desenhado por Matteo Ricci em 1602”. São seus autores os jesuítas Manuel Dias, o Jovem (Castelo Branco, 1574 – Beijing, 1659) e Nicolo Longobardi (1559, Sicília – 1654, Beijing).

Sabe-se que Gabriel de Magalhães produziu em Beijing pelo menos dois importantes relógios destinados à corte imperial. O primeiro, destinado ao imperador Shuanzi, o iniciador da nova dinastia manchu (Qing), datava de 1656-57. Pouco se sabe dele, excepto que custara um preço elevadíssimo e que os materiais necessários à sua manufactura tinham sido adquiridos pelo próprio Magalhães em Macau. O seu rasto perdeu-se no conturbado período que sucedeu à morte de Shuanzi, em 1661. Do segundo, produzido para o imperador Kangxi, em 1667, após um período de perseguições religiosas aos cristãos chineses, conhecem-se mais pormenores. A sua produção teve lugar numa oficina contígua à residência dos jesuítas em Beijing, e foi efectuada por artífices locais, sob supervisão de Magalhães, que também foi o autor dos planos de todo o mecanismo. Além das horas, dava música e fazia accionar autómatos. Este relógio ficou célebre na época e agradou tanto a Kangxi que este ordenou a sua colocação no seu quarto de dormir. Desta e doutras peças importadas ou feitas pelos jesuítas perdeu-se o rasto, mercê das revoltas internas e invasões externas que já referimos.

Gravura de du Halde, representando um relógio construído por Gabriel de Magalhães em Beijing
Um “estrangeirado”, João Jacinto de Magalhães, estando a viver em Londres, escrevia em 1782 ao governante português Martinho de Melo e Castro, sobre os instrumentos científicos que lhe tinham sido encomendados e destinados ao bispo de Beijing (continuava a preocupação portuguesa e da instituição Igreja de abrir as portas do Império do Meio através de uma superioridade técnica e científica).

O mesmo João Jacinto de Magalhães tinha escrito em 1768 ao seu compatriota Ribeiro Sanches (na altura a servir como médico na corte russa, em São Petersburgo) dando-lhe conta de que fora ver umas “máquinas prodigiosas e preciosas” que, de Inglaterra, iam ser remetidas aos imperadores da China e do Mogol (Índia), constituídas por figuras de animais, que eram movimentadas por um sistema de relojoaria.

*Adaptado de texto produzido para um livro com o mesmo nome, editado pelo Instituto Camões

Livro do dia


Chegado(s) ao mercado

Breil Globe Extension. Calibre de quartzo, caixa em aço, com cristais Swarovski. PVP: 276 €

Tempo de humor - francês versus inglês - 2

Ainda dizem que a língua francesa é complicada, mas que dizer do inglês?

Em francês - Trois sorcières regardent trois montres Swatch. Quelle sorcière regarde quelle montre Swatch?

Em inglês - Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch?

Contribuição de Rui Oliveira

Pilares do Tempo - CLXX

Saitama, Japão

Memorabilia

Passe e porta-passe para stand Guess na Baselworld 2009

Chegado(s) ao mercado

DKNY. Edição comemorativa dos 20 anos da marca. Calibre de quartzo. PVP: 145 €

Meditações - bater de feltro

A que vens, solidão, com teu relógio
de ponteiros de visgo, de bater de feltro?
Ombro nenhum ao meu ombro encostado,
a que vens, ó camarada solidão?
Companheira, amiga, até amante,
até ausente, ó solidão, te amei,
como se ama o frio até o frio dar
a chama que tu dás, ó solidão!
A que vens, enfermeira? Não sabes que estou morto,
que se digo o meu sim ou o meu não
é só para que os outros me julguem mais um outro,
é só para que um morto não tire o sono aos outros?
A que vens, solidão? Vai antes possuir
os que amam sem esperança e sem saber esperam,
dá-lhes o teu conforto, encosta-lhes ao ombro
o teu ombro nenhum, ó solidão!

Alexandre O'Neill (1924 — 1986)

domingo, 29 de novembro de 2009

Livro do dia

Chegado ao mercado

Chopard L. U. C. XPS. Calibre automático, cronómetro certificado COSC, selo de qualidade Poinçon de Genéve. Caixa em ouro branco ou rosa, de 39,5 mm, estanque até 30 metros.

Relógio Fortis - baptismo ao largo de Lisboa




A edição limitada Fortis B42 Marine Master de homenagem à Esquadra 751 - EH101 Merlin foi literalmente baptizada recentemente junto ao farol do Bugio, ao largo de Lisboa.

Na ocasião, a Esquadra 751-EH101 Merlin, cujo lema é "Para que outros vivam", assistiu ao baptismo da edição limitada deste modelo, que lhe foi dedicada pela Fortis.
Os 99 exemplares partiram da Base Aérea nº 6 do Montijo e transportados até à foz do Tejo, onde foram submetidos ao baptismo, nas águas atlânticas. De regresso ao ponto de partida, foram então oficialmente entregues aos militares da esquadra.






Pilares do Tempo - CLXIX

Freiburg

Tempo de humor - francês versus inglês - 1

Ainda dizem que a língua francesa é complicada, mas que dizer do inglês?

da 01h58 às 02h02:

Em francês - de une heure cinquante-huit à deux heures deux

Em inglês - from two to two to two two

contribuição de Rui Oliveira

Zodíacos

O Oriente encontra o Ocidente. Relógios com mostradores alusivos aos zodíacos chinês e ocidental. Pode saber mais aqui.

Contribuição de Adriana Correia de Oliveira

Chegado ao mercado

Hermès Cape Cod Tonneau. Calibre de quartzo, caixa em aço, com diamantes, dois tamanhos - 27 x 24 mm e 33.5 x 30 mm, estanque até 30 e 50 metros, respectivamente.

Meditações - a perfeição das perfeições

É como eu sempre digo: os relógios suíços e os mordomos ingleses são a perfeição das perfeições mais perfeitas.

Cunha de Leiradella, (Póvoa de Lanhoso, 1934), escritor nascido em Portugal, mas radicado há mais de quarenta anos no Brasil.

sábado, 28 de novembro de 2009

Livro do dia

Chegado ao mercado

Chopard L. U. C. Twist. Calibre automático, cronómetro certificado COSC. Selo de qualidade Punção de Genebra. Caixas em ouro branco ou rosa, de 41 mm. Estanque até 30 metros.

Pilares do Tempo - CLXVIII

Basileia

Luxury: the Love Affair - o gosto chinês

Radha Chadha

Entrevista publicada esta semana na newsletter da Câmara de Comércio de Hong Kong com a "guru" do Luxo, Radha Chadha:

Brand consultant Radha Chadha is one of Asia’s leading marketing and consumer insights experts. After working with top international advertising agencies, Ms Chadha set up Chadha Strategy Consulting in Hong Kong in 2000. She also wrote The Cult of the Luxury Brand: Inside Asia’s Love Affair with Luxury, which ranked number three on amazon.com’s best-selling new releases in its category. In Six Questions, Ms Chadha talks about mainland shoppers’ love affair with top brands, and why Hong Kong is still the best place to get them.

How would you profile the luxe shopper of today?
Hong Kong shoppers are the most sophisticated in Asia, after Japan. They’ve had more time and experience with luxury brands, and so are much more into it. The luxury phenomenon also cuts across different levels of society. Even people on more moderate salaries like to buy at least one luxury piece each year.

What about the Chinese mainland shopper?
The mainland Chinese shopper has come into money more recently, and when it is new money, they like to show it off. They buy brands that are instantly recognisable as being expensive. So with bags, they tend to go with brands that do the “talking” for you. And even with wine, wealthy mainlanders tend to focus on top-of-the-line brands like Chateaux Lafite, Chateaux Latour and Mouton Rothschild, which immediately communicate wealth.

Why do so many mainlanders come to Hong Kong to shop for luxury goods?
There is a much wider selection of brands and products in Hong Kong, and prices are definitely lower than on the mainland. Shoppers can save, in general, 10 per cent to 15 per cent here because Hong Kong is a duty-free port. Then, there is the whole experience of shopping abroad. Hong Kong is a luxury-shopping destination, so it has glitz and glamour.

Where do mainlanders like to shop?
Hong Kong is very interesting as it has different districts for different shopper profiles. The very high end will shop, along with Hong Kong people, at the Landmark or ifc mall in Central. Pacific Place and Causeway Bay are popular, too. Then there is the touristy shopper, who will prefer Kowloon; a number of brands have set up there to cater for mainland shoppers in Kowloon.

Has the global financial crisis slowed luxury shoppers?
Luxury-brand shopping is very much linked to the economy, and Hong Kong has been hit. Stores going on sale early provide one of the indicators. The mainland, on the other hand, has been one of the bright spots in a rather dismal year, globally, for the luxury market. According to a recent JP Morgan report, most luxe companies grew 40 per cent or more on the mainland, and the Chinese consumer base [locals plus travelers] grew 30 per cent.

Can Hong Kong retain its position as the luxury shop window for China?
From a company viewpoint, Hong Kong is a great place. As there are no duties, you can keep prices lower. It’s one of the easiest places in the world to do business, and has low corporate taxes. The shopping malls are well-developed, and it is easier to get good staff. But places like Shanghai are developing their luxury quotient quickly, and Tokyo has started wooing the mainland shopper. Hong Kong needs to keep doing what it’s doing: developing an even more sophisticated retail offering and, most importantly, understanding mainland shoppers and catering to their needs. Building up a local fashion industry would also help.

Related Link
Chadha Strategy Consulting
Radha Chadha blogs at http://blog.livemint.com/luxury-cult/

Memorabilia

Porta-chaves Hamilton

Chegado ao mercado

Panerai Luminor 1950 8 Days Rattrapante Pink Gold 47 mm. Cronógrafo com Rattrapante. Calibre Panerai P.2006/3, de carga manual, três barriletes, autonomia para 8 dias. Indicador linear de reserva de corda. Caixa de 47 mm, em ouro rosa, estanque até 100 metros. Limitado a 300 exemplares. PVP: 29.000 €

Pista da semana - os relógios de Frei João da Comenda

O relógio de Orgens, Viseu, antes e depois do restauro
Em 1377, a Sé de Lisboa instala “um relógio de torre, batendo sinos.” Segundo os registos, terá sido seu autor um tal “mestre João”, francês. E o investimento foi dividido em partes iguais pelo rei, Fernando I (que chegara dez anos antes ao poder, e a quem Herculano classificou de “extravagante mescla de grande príncipe e mentecapto ainda maior”), pelo Cabido da Cidade e pelos homens bons do burgo.

Sabe-se isso tudo porque há registos coevos de um sino, onde se lia a seguinte inscrição: “[…] foi este sino do relógio […] da mui nobre cidade de Lisboa por mandado do mui nobre Rei D. Fernando de Portugal e mui honrado cabido da dita cidade. Maitre Joam Francez me fez.” Do dito sino, hoje, nem rasto…

Como o mecanismo era altamente misterioso para os comuns dos mortais, e como a sua pouca fiabilidade exigia manutenção constante, “quando se comprava um relógio, comprava-se com ele o relojoeiro”, que além do salário, recebia geralmente uma determinada quantidade anual em azeite. Para que o mecanismo pudesse ser oleado.

Eram tempos conturbados estes em Portugal, com a guerra quase constante com Castela, com o alfaiate Fernão Vasques a liderar a revolta popular contra o casamento de Fernando com Leonor Teles. E com a Peste Negra a aparecer: a pulga vinda das estepes da Ásia central, portadora da bactéria yersinia pestis matou, a partir de 1347, e em surtos sucessivos de apenas umas décadas, uma quarta parte da população europeia. Portugal não escapou à pandemia.

O século XV foi acentuando a importância do tempo público, marcado primeiro a partir de relógios de torre de mosteiros, com mecanismos que accionavam os sinos, passando a pouco e pouco a estar instalados nas torres municipais.

Em Portugal, por essa altura, um frade leigo, João da Comenda, sabia ler e escrever. E fazia “bons” relógios, graças aos seus conhecimentos de serralheiro.

“No ano do Senhor de 1478, sendo vigário provincial frei João da Póvoa: requereu-lhe um frade leigo que se chamava Frei João da Comenda, natural de São Pedro do Sul, morador nessa altura em Orgens, perto de Viseu, licença para construir um Relógio de Rodas de Ferro. Porque o engenho lhe dizia que o poderia fazer bem [...] E o dito vigário lhe deu esta licença, mandando ao guardião de São Francisco de Orgens que lhe fizesse a despesa do ferro e pagasse o ferreiro que lhe forjasse as rodas e o artifício, se não que ele compassaria e limaria e pregaria e faria tudo o que lhe cumpria, e que fizesse logo um relógio para o dito mosteiro. À qual cousa aviada meteu mão à obra com despesa de 500 reis”.

Esta informação está contida numa obra quinhentista existente no Arquivo Distrital do Porto, escrito por Frei João da Póvoa, um dos principais cronistas das ordens religiosas em Portugal e confessor de D. João II.

Segundo alguns investigadores, João da Comenda terá sido o primeiro relojoeiro português. É pelo menos o primeiro referenciado nas fontes até agora encontradas.

Quem seria Frei João da Comenda, franciscano, irmão leigo, que por seu engenho fez este e vários relógios de rodas para outras tantas torres de Portugal? Onde terá ele aprendido a arte de calcular diâmetros de rodas, número de dentes, sistemas de pesos e contrapesos? Ninguém sabe. Mas, sendo um franciscano, coloca-se a hipótese de ele ter viajado por França, ou especialmente por Itália (na altura o país tecnologicamente mais avançado em relojoaria grossa), pois os membros desta ordem eram conhecidos por fazerem grandes périplos ao longo da vida.
O cronista João da Póvoa adianta que o primeiro e “bom” relógio foi feito em três meses. A este seguiram-se encomendas de mosteiros de todo o país, chegando tão ao sul como Setúbal, para um total de 12 relógios de torre. E acrescenta mais alguns pormenores sobre a personagem: “sabe ler e escrever, é um frade leigo, homem fiel e honesto e bem devoto, e de bom exemplo: filho de um Fernão Vaz, que teve carrego de uma comenda da ordem dos Cavaleiros de Rodes [...) E é de idade de 35 anos quase. E é subtil em outras cousas...”

O mesmo cronista refere um frei João da Montanha, serralheiro, que tomou hábito em Alenquer, em 1475. Era “muito subtil em todo o mundo em fazer todo o labor de lima” e subentende-se que terá feito também obra relojoeira, a chamada “horologia ferrea”.

Um tal D. João de Abreu ou D. João Gomes de Abreu, devoto do convento, e cujas armas ainda hoje estão no arco da capela-mor, tinha mandado fazer em 1476 a torre para o relógio. Como era usual nessa altura, a torre tinha apenas abertura para os sinos, um profundo vão para deixar passar a corda e os pesos do relógio (quanto mais extensa a corda, maior a autonomia), mas não dispunha de mostradores. É que os relógios da altura eram apenas de “tanger”, faziam soar sinos, e eram muito inexactos. Um mostrador, mesmo que apenas com o ponteiro das horas, ainda estava para chegar.

Segundo o investigador Rolando van Zeller, e referindo-se a João da Comenda, “o conhecimento que o bom do frade tinha, da maneira como se construíam relógios, devia resultar da convivência com outros serralheiros leigos ou monges, pois não se admite que subitamente lhe viesse à ideia de fabricar um, perdido como estava nos claustros do Mosteiro de Orgens”.

Van Zeller, refere que João da Comenda era do Convento da Conceição de Leça da Palmeira, vizinho do de S. Salvador de Bouças, este último pertencente à ordem de Cister, o que poderia explicar alguma coisa. Essa ordem “sempre procurou juntar a cristianização que operava em Portugal ao desenvolvimento de actividades industriais úteis para o progresso do país”. E acrescenta: “Se examinarmos com atenção o mapa da nossa terra, verificamos que é perto dos conventos principais da ordem de Cister que a arte de relojoaria se desenvolveu na província, e de que ainda restavam vestígios no final do século XVIII.”

Cister instalou-se em Portugal por volta de 1144, a partir provavelmente de São João de Tarouca, espalhando-se depois um pouco por todo o país. Van Zeller aventa a hipótese dos monges desta ordem terem recebido os ensinamentos sobre trabalhar o ferro com os monges de Alcobaça, que se preocuparam em instalarem fundições e serralharias nos seus conventos ou vizinhanças.

Contrariando a primazia aventada por van Zeller, outro investigador, Jorge Custódio, faz notar que “a maioria das máquinas montadas no século XV foram encomendadas por conventos franciscanos e jerónimos e não tanto por beneditinos ou cistercenses”.

Toda a interpretação que se seguiu ao escrito de van Zeller partiu da premissa errada cistercense. Como Orgens é franciscano (fundado em 1410 por um frade galego, Pedro de Alemancos), parece que a questão fica mais ou menos resolvida.

Aquando da nacionalização dos bens das ordens religiosas, em 1834, Orgens também foi vendido. Do inventário da altura regista-se, na torre: um relógio com a sua competente sineta, avaliado em 24 mil réis; um sino grande, avaliado em 30 mil réis; uma sineta pertencente ao Refeitório, avaliada em 600 réis; outra sineta, pertencente à Portaria, avaliada em 6.800 réis e uma bandeira de ferro da Torre, avaliada em 300 réis.

Dos sinos, não há hoje sinal. Da bandeira de ferro, certamente um cata-vento, houve igual sumiço. Quanto ao relógio, que teoricamente seria ainda o feito em 1478 por frei João da Comenda, dizia-nos em Novembro de 2000 o historiador local Alexandre Alves: “A preciosa relíquia, inteiramente de ferro […] encontra-se actualmente devidamente preservada e encaixotada”. O historiador baseava-se numa notícia aparecida sete anos antes, no Jornal da Beira.

Fomos a Orgens em 2002. E o que lá encontrámos metia dó. Se o relógio esteve alguma vez encaixotado, foi por pouco tempo. Nessa altura, jazia a apodrecer à chuva e ao vento, entre cacos, dejectos de pombo e uns madeiros podres, na tal torre sineira.

A gaiola deste relógio cavilhado (porque se usavam cavilhas em vez de pregos) ainda deve ser a original, mas muitas das peças terão sido substituídas ao longo dos quase 525 anos que esteve a funcionar.

Uma equipa de técnicos do IPPAR estivera pouco antes no local, inventariando a capela para classificação. Tivemos acesso ao relatório que daí resultou. Fala-se de tudo, menos do relógio (certamente por ignorância de que lá se encontra uma peça importantíssima da arqueologia industrial portuguesa). Desligado apenas no início dos anos 90 do séc. XX, o relógio de Orgens é hoje substituído no cantar das horas por um “Reguladora” de pêndula, electrificado, e por altifalantes.

Alertada por nós para a situação do relógio de frei João da Comenda, a Junta de Freguesia de Orgens, por sugestão nossa, retirou a peça da torre, encarregou um relojoeiro local de a limpar e restaurar, colocando-a depois numa sala, junto à sacristia, onde agora pode ser admirada.
A pista da semana é pois Orgens e sua capela franciscana, onde está o mais antigo relógio de torre português que se conhece.

Para saber mais: História do Tempo em Portugal - Elementos para uma História do Tempo, da Relojoaria e das Mentalidades em Portugal (2003)

Meditações - os relógios de pesos são difíceis de acertar

Uma coisa em forma de assim

Tentava a senhora dizer o que vira, mas não encontrava (ou não tinha) as palavras. Fazíamos os dois conversa. Mais precisamente: troca de monólogos. Através da senhora, recontei a mim mesmo, com pormenorizadas mentiras, a morte desse que fora o meu pai. Pus um tal realismo no relato imaginoso do passamento de “o pai”, que a senhora descruzou as pernas e as abriu (diria, escancarou) como se quisesse acolher e sepultar o pobre do morto no seu ventre. Pensei: “A poltrona recebe a senhora, a senhora recebe o meu pai.”

Ela cortou, então, a fatia de tempo que lhe cabia (era a sua vez) para, cruzadas de novo as pernas, me contar como a quinta do Alto Minho se perdera. Disse: - A mãe tentou tudo, mas… Hipotecas. Vencimentos. Moratórias rogadas e negadas. Malvadez de credores. Ponto final.

Dentre os salvados da quinta do Alto Minho, um relógio de caixa viera deixar de trabalhar para a casa citadina da senhora. Explicou: - Os relógios de pesos são muito difíceis de acertar. E prosseguiu: - Em pequenita, eu tinha um sonho, um sonho muito esquisito e que se repetia sempre…

Eu disse: - Sim? Ela: - O relógio – este que o senhor está a ver – batia – claro, isto no sonho – vinte e quatro badaladas. Abria-se então a porta da caixa e saía uma coisa assim. Não lhe sei dizer. Era uma coisa em forma de… Assim.

A senhora arredondava para mim gestos indefinidos. Continuou: - Eu acordava sempre nesse momento do sonho, assustada e alagada em suor. Que acha o senhor que poderia ser? Tropecei no cliché “alagada em suor”. Disse: - Não sei. É difícil saber.

Olhei para o relógio. Imaginei-o sonhado pela adolescente que vivera naquela mulher. Depois desinteressei-me desses não-pensamentos. Construí, então, outra ilha de palavras. Durante a construção, ela descruzou e escancarou as pernas, mas a sua atitude, bem diferente da que parecera assumir ao princípio, era a de quem queria devolver-me, a todo o custo, esse que fora o meu pai.

Alexandre O’Neill, (1924 – 1986)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Les Must de Cartier e a pantera bébé

Uma pantera bébé é a figura central campanha publicitária da linha Les Must de Cartier para este Natal. Se for aqui pode ver, além dos produtos, toda a história por detrás da ideia e o making-off dos anúncios.

Luxo - mais de metade do consumo está na Ásia


Artigo publicado esta semana pela Câmara de Comércio de Hong Kong:

The High Life

Asia's temples of luxury are attracting moneyed pockets of high-end shoppers, who account for more than half of the estimated US$80 billion in luxury products purchased globally each year. As the region's gateway, Hong Kong is reaping the benefits.

Recent world economic woes notwithstanding, it seems that Asia’s appetite for luxury brands continues unabated. The strength of luxury-product shoppers in Asia is bringing “a glimmer of hope to a beleaguered industry,” according to US-based consultancy Bain & Company, in its latest study on luxury-goods markets worldwide.

Another new report by PricewaterhouseCoopers calls Asia the “standout success” of the luxury sector, which is holding firm as other markets slump. It says Asia has the brightest outlook for luxury brands, noting that, by 2015, the Chinese mainland is forecast to become the world’s top buyer of luxury goods.

The latest Capgemini Merrill Lynch World Wealth Report found the Chinese mainland’s population of high net-worth individuals surpassed that of the United Kingdom, to rank as the world’s fourth-largest in 2008, and is poised to overtake North America for the top spot by 2013.

With all the money there for the taking, Hong Kong, at the gateway, is feeling the force. Brands are reporting robust sales across a range of luxury lifestyle products.

Accelerating Sales

One example is luxury cars. The sector slumped 40 per cent globally during the financial crisis, but, in September, when Rolls-Royce previewed its new super-luxury Ghost in Hong Kong, the dealer was swamped with orders.

The Hong Kong launch was the first in the Asia-Pacific region, and came just two days after the limousine’s global launch at the Frankfurt Motor Show. Rolls-Royce said the fact that it came so soon after Frankfurt “underlines the importance of the Greater China/Hong Kong market to us.”
At the launch, Colin Kelly, Regional Director, Rolls-Royce Motor Cars, said people were showing renewed interest in the luxury sector and said Hong Kong is a good market for the brand.

“We regard Hong Kong as a metropolis for luxury goods, and history has shown that we have had a strong heritage here. It is no coincidence that Rolls-Royce Motor Cars secured its single-largest order to date – of 14 bespoke extended-wheelbase Phantoms – in 2006 from The Peninsula Hong Kong.”

He added that Rolls-Royce orders in Greater China have exceeded 100 cars in less than two months. “We see a great future for Rolls-Royce in Greater China and the Asia-Pacific region, both for Ghost and Phantom.”

Diamonds are forever

Hong Kong has also sparkled for the De Beers Group, the world’s leading diamond company, at a time when the jewellery industry has been hit hard by the recession. The company launched its Forevermark brand in Hong Kong, Macau, the mainland and Japan last December, and it has been so successful that the brand is now available at about 250 outlets across Asia.

“We actually piloted the Forevermark brand in Hong Kong in 2004, because Hong Kong is a highly dynamic, competitive and self-contained marketplace, with sophisticated and discerning consumers,” said Nancy Liu, Managing Director for China and Hong Kong. “Our thinking was that if Forevermark could succeed in Hong Kong, then it could succeed elsewhere. There was such a positive reaction to the pilot that it made absolute sense to launch it in Hong Kong.”

While De Beers believes Forevermark has the potential to be a successful global brand, its focus is on making it a success in Asia first, where it will expand the rollout to select authorised Forevermark jewellers.

Hong Kong will continue to be very important to the brand, Ms Liu said. “Hong Kong has positioned itself as the aspirational shopping destination for mainland visitors, who are increasingly interested in purchasing diamonds.”

Pretty in Pink

The decision by auction house Christie’s to offer the rare Vivid Pink diamond at its 1 December auction in Hong Kong is further evidence of the city’s importance as a market for fine jewels.

“Hong Kong is exceedingly important to Christie’s. In fact, Hong Kong is our third largest sales venue, behind New York and London, a position it has held since 2004,” said Vickie Sek, Director of Jewellery, Christie’s Asia.

Christie’s Hong Kong sales across all categories have grown faster and declined less than any other area of the business, Ms Sek noted. “The tremendous excitement that has been such a feature of this region as the newly wealthy add their weight to the market paused earlier this year, but is now back in force.”

For Christie’s jewellery sales, in particular, the strength of the Asian market has been building for some time. “In fact, for the past several seasons our jewellery sales in Hong Kong have been the most valuable at Christie's, bringing in more than the historic top centres of New York and Geneva. So Christie's now sees Hong Kong firmly alongside these two cities as a major international centre for the sale of the world’s finest jewels.”

Rock-Solid Investment


Bonhams has reserved some of its most exquisite pieces for its fine jewellery and jadeite auction in Hong Kong, 28 November, citing growing demand. Edmond Chan, Head of Bonhams Hong Kong jewellery department, said the jewellery industry has witnessed a major shift of focus to Asia. “Particularly favourable to the buyer are exceptional and rarely seen pieces that are trickling into the Asian market.”

Mr Chan believes the growing demand for diamonds is an indication that Asians have already started buying stocks and properties in readiness for the next recovery gain. “High-grade diamonds or superb gemstones are bought for security and long-term investments. Perhaps high-risk and high-return products are seen as less desirable now to consumers, while all kinds of tangible assets seem less risky for investments.”

He added that Hong Kong, a financially secure city with its currency pegged to the US dollar, would be a stepping stone for Bonhams as it prepares for entry into the mainland market.

Bonhams will also hold Hong Kong’s first whisky auction, 27 November, offering a prized collection of single-malt whiskies from a private American collector.

Discerning Consumption

Brands are positioning themselves for a new era of luxury in the wake of the financial crisis, leading industry experts say. A global report commissioned by the De Beers Group found consumers were tired of mass-marketed luxury products and would leave “fast luxury” behind for fewer, better things.

Increased scrutiny of product quality and authenticity, a greater appreciation of fine craftsmanship and renewed calls for exclusivity were noted by the 21 executives interviewed for the report, who represented such brands as Cartier, Christie’s Europe, LVMH, Salvatore Ferragamo and Tiffany & Co. A heightened awareness of social and environmental responsibility is also important to today’s luxury consumers.

The report says that while the wealthy in emerging markets are still driven primarily by status and prestige, they are increasingly influenced by their western counterparts, and their purchasing patterns are transforming rapidly. It notes that this has significant implications for the way luxury players will do business.

De Beers calls this “a marked shift from conspicuous to discerning consumption in luxury,” adding that, in this new era of luxury, “the values of a brand have never been so important.”

It says that as luxury players transform and new niche labels emerge to capitalise on the opportunities, “competition for luxury spending will intensify.”

Iconografia do Tempo

Ilustração no artigo Time is up for short-term thinking in global capitalism (Financial Times, 27/11/09)

Relógios Bell & Ross lança-se no comércio on-line

Carlos Rosillo, CEO da Bell & Ross


A Bell & Ross é a primeira marca relojoeira a abrir uma loja on-line, disponibilizando todos os seus produtos via Internet.

Este novo projecto resulta de uma parceria, sem precedentes, entre a marca e a sua rede de distribuição. A e-boutique Bell & Ross é uma estreia no sector relojoeiro, uma vez que irá disponibilizar a totalidade dos seus produtos, cerca de 300, para compra on-line.

A partir de dia 1 de Dezembro de 2009 será possível adquirir qualquer um dos modelos Bell & Ross através da Internet. Inicialmente, a e-boutique estará apenas disponível na Europa e sendo posteriormente alargada ao resto do mundo. “Trata-se de um passo estratégico muito importante que se enquadra no objectivo permanente da marca em oferecer o melhor serviço aos seus clientes”, refere Carlos Rosillo, CEO da Bell & Ross.

Bell & Ross anuncia também as razões que motivaram a marca a dar este passo fundamental:

- Possibilitar a compra 24 horas por dia, sete dias por semana.

- Marcar presença em zonas que actualmente não estão cobertas pela rede de vendas.

- Os inúmeros pedidos de internautas para a criação de uma loja on-line.
- Aumentar a visibilidade das colecções e das novidades Bell & Ross.

- Suprimir a falta dos modelos emblemáticos no mercado o que aumentava os pedidos directos para a sede da marca.

- A confusão que existe actualmente no comércio on-line, assim como a ausência da presença oficial das marcas que deixa o campo aberto para todos os tipos de agentes não oficiais e não autorizados.

Carlos Rosillo explica que “a decisão de avançar com este projecto foi tomada com a concordância e total apoio da rede de distribuidores, que o reconheceram como vantajoso para todos os intervenientes. Este é um projecto de parceria que engloba cada um dos 300 distribuidores europeus a quem o projecto foi apresentado. Os distribuidores receberam o projecto de braços abertos, reconhecendo benefícios mútuos para eles e para a marca”.

A e-boutique Bell & Ross abre próximo dia 1 de Dezembro, em http://www.bellross.com/

Ouro, a última fronteira do ético

A newsletter nº 32 da Fondation de la Haute Horlogerie já saiu e o principal tema é o "ouro sujo" e o debate sobre como a indústria do Luxo pode ter um comportamento ético. A ler, aqui.

Luxo e blogoesfera - o debate

Na Net, 80 por cento da informação produzida sobre uma determinada marca escapa ao seu controlo. Numa altura em em que blogs e as redes sociais se impõem como canais de influência fora das regras habituais, como é que as marcas de Luxo se podem possicionar e controlar a sua imagem?

Abc-luxe organiza a 15 de Dezembro, em Paris, um pequeno-almoço dedicado ao tema: Marques de Luxe: les nouveaux enjeux de la blogosphère et des réseaux sociaux, que pode ser seguido on-line.

Mais informações e inscrições, aqui.

Jaeger-LeCoultre edita Yearbook nº 3

A Jaeger-LeCoultre acaba de lançar o seu terceiro Livro do Ano, referente aos melhores momentos da manufactura em 2009.
Neste número, são apresentadas as últimas criações relojoeiras da marca, mas são igualmente tratados temas relacionados com a Natureza, a Música, o Cinema, o Teatro.
O Yearbook 3 celebra el 80º Aniversário do Calibre 101, que ainda hoje conserva o título de mais pequeno movimento mecânico do mundo. Penetra nos segredos da triologia Hybris Mecánica 55, que acumula 55 complicações dentro de três relógios de pulso.
O Yearbook 3 está disponível em inglês e francês em todas as boutiques Jaeger-LeCoultre ou em www.jaeger-lecoultre.com a partir de 1 de Dezembro.

Mondani também no iPhone

A editora italiana Mondani, especializada em publicações de luxo sobre Relojoaria, já tem uma aplicação para iPhone, permintindo, por exemplo, descarregar centenas de imagens de modelos modernos e antigos da Rolex ou de outras marcas topo de gama.

Para saber mais, vá aqui.

A Alta Relojoaria torna-se ainda mais exclusiva para poder sobreviver

Jaeger-LeCoultre Hybris Mechanica, o Gyrotourbillon, que faz parte de uma triologia

As estratégias da indústria relojoeira suíça, no segmento topo de gama, passam pelo aumento da exclusividade, como refere um artigo recente do The New York Times.

Jaquet Droz com site renovado

A manufactura relojoeira suíça Jaquet Droz inaugurou esta semana o seu novo site.

Livro do dia

Chegado(s) ao mercado


Police Dynamo. Calibres de quartzo, caixas estanques até 50 metros, em aço ou negro ionizado. PVP: respectivamente 89 e 99 €.